10 junho 2008

Um olhar lúdico sobre o nosso acervo iconográfico

Vitória Foto, o resgate do espaço político
perdido pela fotografia no Espírito Santo


por Cristina Moura

"É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo." (Séneca)

O Vitória Foto conseguiu reunir, durante o mês passado e ainda com exposições abertas para a primeira quinzena deste mês, nomes importantes da fotografia dos cenários estadual, regional, nacional e internacional. No Espírito Santo, fotógrafos da nova geração estiveram atentos às discussões na área iconográfica e prontos para aprender com os veteranos, principalmente aqueles que conheceram (e viveram) o trabalho do Foto Clube, fundado em 1946.

Foto: Syã Fonseca


O material foi "absurdamente excelente", na avaliação de Carla Osório, coordenadora e produtora executiva do evento e nossa entrevistada deste final de semana. O evento contou com seis exposições simultâneas e oficinas gratuitas. O público teve acesso a trabalhos de renomados profissionais, como o carioca Walter Firmo, o capixaba Rogério Medeiros, além da presença da ONG Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, ligada à formação de fotógrafos na periferia.

O evento foi surpreendente, segundo a coordenadora. Fotógrafa, jornalista, editora da TV Assembléia-ES, Carla se revela apaixonada pelos desafios da imagem. É mestre em Comunicação pela Unip (Universidade Paulista), com a dissertação "Imagens da intolerância na mídia", especialmente sobre a intolerância religiosa. A fotógrafa também é co-autora da obra "Negros do Espírito Santo" (1999) e organizadora de "81 anos de cinema", catálogo de filmes do Espírito Santo (2007).

Até o próximo dia 15, ainda estarão abertas à visitação as exposições "Foto Clube do Espírito Santo", no Espaço de Artes do Bandes, Centro de Vitória; "Espírito Santo em Preto e Branco", de Rogério Medeiros, na Galeria Francisco Schwartz, Assembléia Legislativa, Enseada do Suá; e "Mulheres de Tucum", de Edson Chagas, na Aliança Francesa, Praia do Canto.


Século Diário: - Qual a sua avaliação sobre o Vitória Foto, um evento de grande porte na área da fotografia, em sua primeira edição?

Carla Osório: - Muito positiva. Deu muito trabalho para ser realizado, mas eu acho que o resultado... Quando eu falo em resultado positivo, falo, principalmente, em relação à presença do público, que surpreendeu muito. Para que a gente fale de sucesso de público, a gente tem que lembrar que a fotografia realizada no Espírito Santo tem uma qualidade muito boa. O Espírito Santo é uma terra marcada pela fotografia. Mesmo. Pensando em todo esse movimento em torno da fotografia, que começou na década de 20, nós, que realizamos o evento, sabíamos que o resultado ia ser muito bom. Mas, em relação ao público, pensávamos que estava muito afastado do público. Ou seria o público que estava afastado da fotografia? Pelo menos, em relação à fotografia de salão, de galeria, de exposição...

- Por que será que isso aconteceu?

Foto: Syã Fonseca


- Acho que houve uma interrupção, vamos dizer assim... no meio do caminho. Se pensarmos que a fotografia tem passado pelo público, se pensarmos a partir desse paradigma, acho que essa passagem da imagem de película, da condição analógica para a digital, deu uma certa freada nos eventos. Acho uma bobeira dizer que a fotografia perdeu seu status. Alguns poderiam dizer isso, mas eu acho que não. O público digital aumentou, o envolvimento dos fotógrafos com esse tipo de profissão ficou diferenciado, com aquelas propostas anteriores, com aqueles desejos de realizar uma proposta mais autoral, acho que diminuiu. Por outro lado, vejo menos fotógrafos realizando seus projetos pessoais. Bom, há um pessoal talentoso na área. O que é que faltava no Espírito Santo? Faltava espaço. Faltava um espaço cultural que a fotografia no Estado já tem, mas que precisava de um empurrãozinho.

- Por que só agora aconteceu esse tipo de evento? Ou já estava sendo gestado?

- Olha, eu, por exemplo, já sabia que, no ano passado, Apoena Medeiros queria fazer um projeto. Eu seria convidada para ficar na mesa. Depois, fiquei sabendo que o projeto não tinha ido para a frente, por falta de dinheiro mesmo, de uma produção executiva. Esse foi um ponto, mas houve outro problema que a fotografia passou, que foi a perda de espaço político dentro do meio cultural. A avaliação que eu fiz foi que o projeto não tinha ido para a frente porque a fotografia acabou disputando com outros meios... e perdendo! Como, por exemplo, para o audiovisual. A produção audiovisual no Espírito Santo, com produções na área de cinema, por exemplo, cresceu e a produção fotográfica diminuiu. Isso fez com que a gente perdesse espaço em vários nichos, nos movimentos culturais, junto a instituições governamentais. Não uma coisa premeditada, mas acho que esse tripé produção fotográfica-público-apoio se dissolveu num determinado momento. Para o evento acontecer precisou-se resgatar, retrabalhar esse tripé. Por isso a gente conseguiu levar, mostrar, junto com o projeto, para o institucional, para os governos, para as instituições públicas, que o projeto era bom, que o Espírito Santo conta com bons fotógrafos, e que a fotografia tem tudo para mostrar o Espírito Santo, levar o Espírito Santo para a frente e trazer pessoas importantes da área para o Estado. Reunimos um número bom de fotógrafos, com eventos que o público quer participar, mostrando que a fotografia do Espírito Santo vale a pena.

Foto: Syã Fonseca


- Como foi trabalhar com duas gerações, reunindo dois tipos de público, os veteranos na fotografia e a safra mais jovem?

- Pois é. Uma vez eu tinha escutado que faltava uma linha para o Vitória Foto. 'Carla, você não acha que está faltando um tema que una as exposições?' Eu falei: 'É, pode ser'. Na verdade, acho que nesse primeiro Vitória Foto fizemos o melhor que podemos. O Foto Clube do Espírito Santo foi uma das maiores surpresas. Eu, por exemplo, nunca tinha tido acesso ao Foto Clube, não conhecia Seu Magid (Saad, um dos fundadores do Foto Clube)... Eu já tinha lido alguma coisa sobre a produção dele, mas nunca tinha tido contato real com ele. E foi surpreendente porque o Foto Clube tem verdadeiros militantes da fotografia. Vamos lembrar que eles estão aí há 42 anos militando pela fotografia! A ponto de transformar no que seria um hobby ou uma expressão artística na vida dessas pessoas. Seu Magid é uma prova disso. Trabalhou num banco e tal... mas, se alguém perguntar qual a profissão dele, ele vai dizer que é fotógrafo. Então, foi, assim, surpreendente lidar com essas pessoas e também com o acervo fotográfico que eles têm. Eu queria abrir parênteses para dizer que tenho produção na área de audiovisual, especialmente na área de cinema. No último ano, havíamos feito um levantamento de toda a produção de película de cinema do Espírito Santo, em "81 anos de cinema no Espírito Santo". E a gente se deparou com todo esse acervo de imagens de cinema no Espírito Santo muito desgastado, mal conservado, perdido... E na fotografia a gente está no meio do caminho. Isso é uma preocupação. Quando entramos em contato com os produtores, muitas vezes não encontramos. Não encontramos um material importante, pois muitos não estão mais aqui, outros estão bem velhinhos... Procuramos investigar em que condições está esse acervo. Por exemplo, o acervo do Foto Clube só existe porque seu Magid existe. Enfim, pudemos descobrir também que essa memória iconográfica do Espírito Santo precisa ser cuidada. Mas, ainda dentro da sua pergunta, foi muito bom saber que, dos fotógrafos mais jovens que trabalhamos, foram os que fizeram oficinas de fotografia do Observatório de Favelas (RJ), pessoas que tiveram contato com a fotografia pela primeira vez. Tivemos um resultado surpreendente. Com o Observatório de Favelas do Rio formamos 16 novos fotógrafos. E o material é absurdamente excelente! Fotógrafos muito bons, com olhares muito bons e um material excelente.

Foto: Syã Fonseca


- Como foi trabalhar com nomes de projetos conhecidos como o Observatório e com Walter Firmo, fotógrafo conhecido nacional e internacionalmente? Como foi promover esse intercâmbio?

- Olha, foi fácil porque o Espírito Santo é muito atrativo. Se você conversar com fotógrafos do Brasil inteiro, todo mundo conhece os fotógrafos capixabas. Alguns deles já vieram aqui, têm amigos aqui. Temos um cenário maravilhoso para fotografar, temos uma cultura maravilhosa para fotografar... Quem não quer vir ao Espírito Santo? Então, foi muito bom. A receptividade das pessoas foi, automaticamente, muito positiva, principalmente em saber que o Vitória Foto reabre esse espaço de fotografia no Espírito Santo.

- Quais são seus projetos futuros? Há algum específico na área de fotografia? O que pode ser revelado ao público?

- Olha, acho que sou a única fotógrafa que tinha fotos que seriam expostas no Vitória Foto e não conseguiu realizar (risos). Fiquei dividida entre coordenar e realizar. Preferi coordenar e contei com o apoio de pessoas maravilhosas, que foram Apoena Medeiros e Fred Pacífico, e tantos outros. Mas se esse tripé não existisse o projeto não existiria. Eu quero muito poder realizar essa minha exposição, que se chama 'Loucos por inclusão'. Quero trabalhar com 'loucos' de rua e quero mostrar essa face dessas pessoas. Por que as outras pessoas têm tanto medo delas? Quero trabalhar em grandes dimensões. Não sei se será para o próximo Vitória Foto, que é bienal, ou... não sei se será antes.

Foto: Syã Fonseca


- Este ano... Ou ano que vem...

- (risos) Ainda não sei.

- O que você chama de 'grandes dimensões'?

- Grandes dimensões porque quero fazer em tamanho natural. Quero que as pessoas vejam o tamanho natural.

- O Vitória Foto contemplou a proposta de atrair mais pessoas ligadas à área de fotografia... Estamos falando de quem ainda não foi convidado...

- Sim, mas foi dentro de uma visão lúdica esse primeiro projeto. Acertamos bastante e erramos bastante. Nunca tínhamos feito nada antes parecido. Foi uma produção em vinte e poucos dias. Foi algo muito... intenso. Isso dá margem a erros. O segundo tem que ser repensado, no sentido do que pode ser mudado. Acho que tudo que é usado dentro de um modelo sempre aplicado, não gosto. Fica enjoativo, não é? Acho que para o próximo podemos pensar em rediscutir a proposta. Isso é importante, mas sempre 'linkados' com a idéia de trazer pessoas para o Estado. Algumas questões, como, por exemplo, um concurso fotográfico, não tivemos fôlego para realizar, e várias outras coisas. Seria um motivo a mais para a realização de fotografias no Espírito Santo.

- Inclusive, se o evento pensar num concurso, a produção executiva deverá pensar numa forma de premiação.

Foto: Syã Fonseca


- Exato. Será maravilhoso realizar um evento incluindo um concurso com os olhares voltados para o Espírito Santo. Então, vamos conseguir produzir mais imagens aqui. E essas imagens já estão viajando, seja em blogs, fotologs ou mesmo em outras publicações, enfim... Outra coisa que acho que precisa muito no próximo Vitória Foto seria produzirmos um material, um catálogo. Por exemplo, essas imagens que colocamos, do Foto Clube, não estão em lugar nenhum. Seria interessante porque poderíamos oferecer essas imagens em catálogo para o Vitória Foto. São várias outras idéias que poderíamos anexar para outros eventos.

- O catálogo seria um bom cartão de visitas...

- Justamente. O convite que enviamos, em forma de cartão, muita gente guardou.

- Uma peça decorativa, emotiva.

- É, sim, amorosa... A fotografia gera sempre uma relação emotiva com a imagem materializada.









FONTE: WWW.SECULODIARIO.COM
Link : www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/junho/07_08/index.asp

01 junho 2008

Mulheres de Tucum - Edson Chagas (ES)

A exposição Mulheres de Tucum, do fotógrafo Edson Chagas, é resultado de uma documentação fotográfica realizada na Penitenciária Estadual Feminina, a maior cadeia de mulheres do Espírito Santo, entre os anos 2000 e 2003. Localizada em Tucum, em Cariacica, a penitenciária abrigava no início do trabalho do fotógrafo,100 detentas. Em janeiro de 2003, o número de internas havia crescido para 180.

Seduzido pelas mulheres presas e curioso por conhecer aquele mundo, Edson Chagas sentiu que havia encontrado um bom tema para desenvolver o ensaio fotográfico que desejava. O objetivo era desvendar como tantas mulheres, com suas diferenças, poderiam viver juntas, dividindo suas ansiedades e problemas, aprisionadas num espaço reduzidíssimo.

Inicialmente, a presença da câmara fotográfica representou significados diferentes entre as meninas. Enquanto umas fugiam, outras ficavam à vontade. Mas com o passar do tempo, o fotógrafo ganhou a confiança das detentas, conseguindo revelar intimidades e comportamentos dentro da cadeia. Foram tiradas mais de duas mil fotografias sobre o cotidiano dessas mulheres.

Do trabalho, surgiu em 2003 o livro Mulheres de Tucum, com texto e fotos de Edson Chagas, que foi lançado também em Paris, no Espaço Reuilly, durante o “I Salão do Livro e do Disco”. O livro foi editado com o apoio da lei municipal Rubem Braga de incentivo à cultura.

Nele, o fotógrafo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) David Protti, define as fotos como um conjunto de símbolos e signos captados e articulados que estruturam uma espécie de malha formada por fios que representam os momentos de solidão, temores, remorsos e carência das detentas, entrelaçados com os de solidariedade, espiritualidade e sexualidade. “Forma uma tela invisível, mas resistente, que não interdita, mas guarda e sustenta algo profundo e valioso nas almas dessas mulheres, aquilo que nos dá força diante das adversidades da vida e que chamamos de esperança”.

Edson Chagas atualmente trabalha na editoria de fotografia do Jornal A Gazeta.

Serviço:
Mulheres de Tucum

Abertura: 30 de maio
Horário: a partir das 20 horas
Onde: Aliança Francesa - R. Alaor Queiroz de Araújo, 200, Enseada do Suá
Visitação: de 2 a 15 de junho

27 maio 2008

Exposição com imagens raras celebra os 62 anos do Foto Clube do ES

Folha Vitória

Foto: Divulgação

Uma exposição única, composta por um conjunto dos trabalhos dos fotógrafos que fizeram parte do Foto Clube do Espírito Santo, promete trazer um diferencial para o lazer dos capixabas. A abertura do evento será hoje, 20, às 19 horas, no Espaço de Arte do Bandes.

A exposição reunirá 48 fotografias realizadas pelos fotoclubistas desde a década de 40. A curadoria da mostra privilegiou imagens e fotógrafos que fossem representativos dos diversos momentos de criação fotográfica do movimento fotoclubista capixaba. Destaque para os trabalhos de Pedro Fonseca, com imagens raras de Vitória realizadas entre as décadas de 40 e 50, e para o estilo de vanguarda dos fotógrafos Nilton Pimenta e Júlio Cesar Pagani, nos anos 70.

O Foto Clube foi fundado em 23 de maio de 1946, a partir do interesse comum de vários jovens por fotografia, que freqüentavam uma loja de equipamentos e materiais fotográficos, o Empório Capixaba. Entre os entusiastas, estavam Magid Saade, Pedro Fonseca, Érico Hauschild, Dolores Bucher, Ugo Musso, Décio Lírio e Finn Knudsen.

Foto: Pedro Fonseca/Divulgação

A entidade é uma sociedade civil, sem qualquer finalidade de lucro, essencialmente amadorista, que tem por finalidade incentivar a arte fotográfica em todos os seus aspectos e modalidades.

O fotoclubismo começou a perder as forças por volta de 1980, o que refletiu diretamente nas suas atividades no Espírito Santo. Apesar do fechamento de seus principais incentivadores, a sede do Foto Clube ainda funciona, o laboratório para preto e branco é mantido, e o arquivo das fotografias dos sócios está em boas condições.

Serviço:

Foto Clube no Espírito Santo
Espaço de Artes do Bandes- Av. Princesa Isabel, 54, Centro.
Visitação até 15 de junho.

Fonte:
www.folhavitoria.com.br/site/?target=noticia&cid=0&ch=9c02599e29d7a63a17b53ca30ff6edc8&nid=44443

26 maio 2008

Brasil De Tarsis

Sábado, Maio 24, 2008

Looking At The Favela
Nothing would disturb this girl from looking at a slideshow, during the vernissage of the exhibition "A Favela vê a Favela" ("The Favela Looks At The Favela"), in Vitória, Espírito Santo, Brazil. Her friends and family may appear on the screen!

The exhibition of photographs, along the pier of Ilha das Caeiras, in Vitória, occurs until the first of June.

The project Imagens do Povo, produced by the Observatory of the favelas in Rio de Janeiro, takes part with the collective exhibition “The Favela looks at the Favela” of the Vitória Foto’s event, which is currently held in the capixaba capital. A workshop of photography “A glance turned towards the favela” was also held from the 14th to the 17th of May, in the Caeiras Arts Centre. The classes were managed by photographers Ratão Diniz and Fábio Caffé.

Foto: Jonas Detarsis

Fonte:
http://detarsis.blogspot.com/2008/05/looking-at-favela.html

Brasil De Tarsis

Quinta-feira, Maio 22, 2008

Crossing Stares And Shots


The Favela looks at the Favela

Exhibition of photographs along the pier of Ilha das Caeiras, in Vitória, until the first of June.

The project Imagens do Povo, produced by the Observatory of the favelas in Rio de Janeiro, takes part with the collective exbition “The Favela looks at the Favela” of the Vitória Foto’s event, which is currently held in the capixaba capital. A workshop of photography “A glance turned towards the favela” was also held from the 14th to the 17th of May, in the Caeiras Arts Centre. The classes were managed by photographers Ratão Diniz and Fábio Caffé.

This photo shows Fábio Coffee captured in full work. The image appearing on the green wall is from Ratão Diniz.

An outline of Ratão’s work is available here on Flickr, as well as Fábio’s here

Foto: Jonas Detarsis

Fonte:
http://detarsis.blogspot.com/2008/05/crossing-stares-and-shots.html

Imagens do Povo no I Vitória Foto


A capital do Estado do Espírito Santo foi palco durante todo o mês de maio, do Vitória Foto, evento que reuniu o trabalho de grandes nomes da fotografia como Walter Firmo, Rogério Medeiros entre outros. O Imagens do Povo, projeto do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, participou do evento com uma exposição coletiva "A Favela vê a Favela" e uma oficina de fotografia "Um olhar voltado para a favela" que ocorreu de 14 a 17 de maio, no Centro Cultural Caieiras. A oficina foi ministrada pelos fotógrafos Ratão Diniz e Fábio Caffé.

Fotos: Stefano Figalo

Quarta-feira, 16 de maio 2008, último dia da oficina de fotógrafia na comunidade da Ilha das Caieiras. Aula de edição com Ratão Diniz na Escola de Ensino Fundamental Francisco Lacerda Aguiar (FLA).


Repórter do programa Em Movimento exibido na TV Gazeta e GTV canal 14 daNET, em entrevista com Ratão Diniz e alunos no FLA.


Após aula de edição no FLA, ocorreu uma nova saída fotógraficana comunidade com os alunos da oficina.

Caieiras vendo Caieiras

da Redação

Foto: Syã Fonseca
A galera do Observatório: a partir da esquerda, Fábio Caffé, Ratão Diniz e Jaqueline Moraes

Uma nova maneira de olhar para as favelas e periferias, revelando características até então desconhecidas, que passam a ser descobertas por seus próprios moradores, e traduzidas em incontáveis cliques fotográficos. Foi essa visão descolonizada da fotografia que a comunidade da Ilha das Caieiras pôde vivenciar de perto no último sábado (17), durante abertura da exposição, do Observatório de Favelas (RJ).

Com 42 fotografias de moradores e ex- moradores de favelas cariocas, que participam dos projetos sociais da entidade, a exposição atraiu um numeroso público para o Píer da Ilha das Caieiras. Diferente de tudo que já se viu no Estado, as fotos foram organizadas em painéis localizados próximos às casas, sendo inclusive anexadas em algumas delas, o que chamou a atenção de todos que passavam por ali.

Não bastasse a identidade encontrada nas fotografias da mostra, que embora retrate universos distintos, tratam de realidades parecidas, os moradores da Ilha das Caieiras puderam assistir a uma projeção fotográfica, resultado da oficina ministrada durante quatro dias pelos fotógrafos do Observatório Ratão Diniz e Fábio Caffé, a 16 jovens carentes do Centro Cultural Caieiras (Cecaes).

A qualidade do trabalho foi motivo de orgulho não só para os professores, que voltam ao Rio de Janeiro certos do dever cumprido, como pelos próprios jovens e as famílias da comunidade, que viram nas fotos o seu próprio retrato revelado.

Foto: Syã Fonseca
Os moradores da Ilha das Caieiras que participaram das atividades
As imagens dessa nova Ilha das Caieiras deixam de lado o sensacionalismo, a violência e o medo que sempre são relacionados a tais comunidades, provando que é possível promover a cidadania em regiões carentes. A fotografia, nesse caso, atua em favor dos direitos humanos, mudando a realidade de muitos jovens, que passam a ter perspectiva, e enxergam sua origem de maneira enriquecedora e diferenciada.

Mais do que isso, poderão ganhar o mundo, tanto por sua capacidade técnica, como pelo cenário proporcionado por umas das regiões mais belas da Capital. É assim que a entidade carioca segue difundindo a fotografia e revelando novos talentos, que se tornam multiplicadores. Resgata-se, assim, a história das comunidades populares e os processos vividos cotidianamente pelos moradores de diferentes regiões do País.

Para celebrar a importância desse momento, uma grande festa foi preparada para a comunidade, com apresentação do MC Fabinho Carvalho, dos rappers MC Dudu (Suspeitos na Mira), MC Thiago e MC Adikto. Como não poderia deixar de ser, houve também show do Grupo Manguerê, formado por jovens do Cecaes, que pesquisam os ritmos regionais e as músicas pop, até produzirem seu próprio som. Mas a missão vai além das artes: promover a inclusão social, a paz e o desenvolvimento humano.


Serviço
A exposição a Favela vê a Favela e a oficina fazem parte do projeto Vitória Foto, que engloba seis exposições simultâneas e duas oficinas, buscando tornar maio o mês da fotografia no Espírito Santo. As fotos podem ser visitadas até o dia 1 de junho, no Píer da Ilha das Caieiras, na rua Felicidade Correia dos Santos, s/n, Ilha das Caieiras, Vitória. Entrada franca.


Fonte:
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/maio/20/index.asp

Em Movimento

24/05/2008
Foto e Cidadania

A fotografia nos faz recordar histórias, reviver momentos, pessoas... E muito além disso, o projeto Observatório de Favelas, lá do Rio de Janeiro, traz para a Ilha das Caieiras, um novo objetivo para a fotografia, o de promover a cidadania através das lentes.

Durante três dias, a equipe do observatório ofereceu uma oficina para crianças e adolescentes. O tempo foi curto, mas suficiente para encantar os participantes que, cada um com seu equipamento, procurava, pelas ruas de São Pedro, imagens a serem eternizadas. "O objetivo principal é despertar a curiosidade e a sensibilidade do olhar desses jovens para o que está a sua volta. Além disso a fotografia desperta senso crítico que também é muito importante para o ser humano" afirma o instrutor Fábio Caffé.

O trabalho não acaba quando se aprende a fotografar. "Eu e o Ratão fomos alunos do Observatório lá no Rio e hoje somos professores. Existe também o caráter multiplicador e nós, hoje educadores viajamos para dar oficinas nos mais diversos lugares" conta Caffé.

Depois de muitos cliques o instrutor Ratão Diniz, inicia o processo de edição e escolha do material que será exposto como resultado da oficina. "A galera tá de parabéns. Tem muita gente boa aqui" se orgulha Ratão.

As fotos foram expostas no pier da Ilha das Caieiras com projeção na parede de uma das casas. O cenário ideal. Jenifer (13), Carlos (15), Jessé (14) e Indiara (16), alunos da oficina, com olhares atentos, vibravam a cada foto estampada no muro. De fundo o som do grupo Barbatuque fez a trilha musical do momento. "Eu que nunca tirei foto fico muito feliz em poder retratar o nosso bairro, esse lugar. E ver as pessoas tirando foto me orgulha e mostra que posso ser fotógrafa um dia" conta Indiara.

Todo esse movimento das Caieiras faz parte de um projeto ainda maior, o Vitória Foto, que almeja transformar maio, o mês da fotografia na cidade. "Até 15 de junho acontece um verdadeiro circuito por espaços culturais e urbanos com fotografias para todos os gostos" convida a organizadora do evento, Carla Osório.


Assista ao Vídeo

LINK:

http://gazetaonline.globo.com/emmovimento/oquejarolou/oquejarolou_materia.php?cd_matia=438736&cd_site=693


Exposições

Abstrato Extrato - Walter Firmo (RJ)
Abertura dia 8 de maio, a partir das 20 horas, na Galeria Homero Massena - Rua Pedro Palácios, 99, Cidade Alta, Vitória. Visitação do dia 9 de maio a 6 de junho.

Guaramare: no mundo de Vicente Bojovski - André Alves (ES)
Abertura no dia 13 de maio, às 19 horas, no Studio Base 40 - Av. Maruípe, 40, Fradinhos. Visitação do dia 14 a 30 de maio.

Espírito Santo em Preto e Branco - Rogério Medeiros (ES)
Abertura dia 15 de maio, a partir das 19 horas, na Galeria Francisco Schwartz, na Assembléia Legislativa - Av. Américo Buaiz, 205, Enseada do Suá. Visitação de 16 de maio a 15 de junho.

A Favela vê a Favela - Observatório de Favelas (RJ)
Abertura no dia 17 de maio, a partir das 15 horas, no Píer da Ilha das Caieiras, Rua Felicidade Correia dos Santos s/n - Ilha das Caieiras, Vitória. Visitação até 1 de junho.

Foto Clube do Espírito Santo - Coletiva de fotoclubistas
Abertura dia 20 de maio, a partir das 19 horas, no Espaço de Arte do Bandes -Av. Princesa Isabel, 54, Centro, Vitória. Visitação de 21 de maio a 15 de junho.

Mulheres de Tucum - Edson Chagas (ES)
Abertura dia 30 de maio, a partir das 20 horas, na Aliança Francesa - rua Alaor Queiroz de Araújo, 200, Enseada do Suá, Vitória.
Visitação de 2 a 15 de junho.

23 maio 2008

TV Gazeta

Exposição mostra as belas fotos do arquivo do foto-clube do Espírito Santo
21/05/2008 - 15:00:36 - TV Gazeta


Foi aberta nesta terça-feira (20) mais uma exposição do projeto Vitória foto. Dessa vez, a mostra é dos arquivos do fotoclube do Espírito Santo, fundado em 1946.

A exposição continua até 15 de junho, no espaço de arte do Bandes que fica na Avenida Princesa Isabel, centro de Vitória.

Assista ao Vídeo
LINK:
http://gazetaonline.globo.com/tvgazeta/programas/estv/estv_materia.php?cd_matia=438688&cd_site=814

TV Gazeta

Um olhar sobre a periferia de Vitória
21/09/2007 - 14:48:55 - TV Gazeta


Essa é a experiência que alunos de uma oficina de fotografia tiveram na manhã desta sexta-feira, em Vitória. O instrutor é formado pela escola de fotógrafos do observatório de favelas, no Rio de Janeiro. O cenário vira inspiração para contar histórias reais, sem palavras.

A oficina de fotografia de jovens realizadores de audiovisual do mercosul dura três dias e sábado é o último dia.

Assista ao Vídeo
LINK:

http://gazetaonline.globo.com/tvgazeta/programas/estv/estv_materia.php?cd_matia=354920&cd_site=0

20 maio 2008

Foto Clube do Espírito Santo - Coletiva de fotoclubistas


Inédita, a exposição celebra os 62 anos de criação do Foto Clube do Espírito Santo, com imagens raras, produzidas por um coletivo de fotógrafos que fizeram parte desse movimento. De caráter documental, a exposição colocará em destaque uma parte importante da memória iconográfica do Estado.
O Foto Clube foi fundado em 23 de maio de 1946, a partir do interesse comum de vários jovens por fotografia, que freqüentavam uma loja de equipamentos e materiais fotográficos, o Empório Capixaba. Entre os entusiastas, estavam Magid Saade, Pedro Fonseca, Érico Hauschild, Dolores Bucher, Ugo Musso, Décio Lírio e Finn Knudsen.
Juntos, eles organizaram uma exposição denominada “I Exposição de Arte Fotográfica de Amadores”, inaugurada em 25 de dezembro de 1945, em uma loja da Praça Oito, no Centro de Vitória. Dessa experiência nasceu o Foto Clube do Espírito Santo, cuja primeira assembléia ocorreu em 23 de maio de 1946, numa sala do Edifício Centenário, também na Praça Oito, onde funcionava o escritório da Cosmos Capitalização.
Dentre as atividades do Foto Clube do Espírito Santo, destaque para os 26 famosos Salões Capixabas de Arte Fotográfica, sendo os primeiros de âmbito nacional, e os de 1948 a 1978 de cunho internacional, esses reconhecidos pela Federação Internacional de Arte Fotográfica (FIAP). Os fotoclubistas realizaram ainda a I Exposição de Arte Fotográfica da Cidade de Guarapari, em 1971, além de ministrarem cursos de iniciação ao tema. Em 1968, promoveu em Vitória, a V Bienal de Arte Fotográfica Brasileira, cuja extensa programação, atraiu a participação e presença dos mais notáveis artistas da arte fotográfica brasileira.
A exposição reunirá 48 fotografias realizadas pelos fotoclubistas desde a década de 40. A curadoria da mostra, realizada pelos fotógrafos Apoena Medeiros e Carla Osório, privilegiou imagens e fotógrafos que fossem representativos dos diversos momentos de criação fotográfica do movimento fotoclubista capixaba. Destaque para os trabalhos de Pedro Fonseca, com imagens raras de Vitória realizadas entre as décadas de 40 e 50, e para o estilo de vanguarda dos fotógrafos Nilton Pimenta e Júlio Cesar Pagani, nos anos 70.
O Foto Clube Espírito Santo, entidade artístico-cultural, é uma sociedade civil, sem qualquer finalidade de lucro, essencialmente amadorista, que tem por finalidade incentivar a arte fotográfica em todos os seus aspectos e modalidades. Foi fundado por amadores idealistas, na era do fotoclubismo, e teve adesão imediata de outros entusiastas, surgindo, assim, um grupo formado por pessoas de classe média, com posições definidas em diferentes profissões, mas com uma paixão em comum: a arte fotográfica.
O fotoclubismo começou a perder as forças por volta de 1980, o que refletiu diretamente nas suas atividades no Espírito Santo. Apesar do fechamento de seus principais incentivadores, a sede do Foto Clube ainda funciona, o laboratório para preto e branco é mantido, e o arquivo das fotografias dos sócios está em boas condições.



Serviço:
Foto Clube do Espírito Santo


Abertura: 20 de maio
Horário: a partir das 19 horasOnde: Espaço de Arte do Bandes - Av.Princesa Isabel, n°54, Centro, Vitória
Visitação: de 21 de maio até 15 de junho

19 maio 2008

Memória do futuro

por Felicia Borges

Foto: Divulgação
Magid Saad

"É para isso que serve, difundir a arte fotográfica em todos os seus aspectos e modalidades", diz com firmeza seu Magid Saade, às vésperas de completar 88 anos, com todo o idealismo que levou à criação do Foto Clube do Espírito Santo no ano de 1946, do qual ele foi um dos fundadores e é hoje o único ainda aqui por Vitória. Com 62 anos de fundação, a serem completados na próxima sexta-feira (23), o Foto Clube do Espírito Santo é o tema da exposição Coletiva de Fotógrafos que vai ser aberta nesta terça-feira (20), no Bandes, pelo projeto Vitória Foto, reunindo imagens raras, produzidas por um coletivo de fotógrafos que fizeram parte desse movimento.

A mostra, de caráter documental, colocará em destaque uma parte importante da memória iconográfica do Estado; serão ao todo 48 fotografias realizadas pelos fotoclubistas desde a década de 40. Sob a curadoria dos fotógrafos Apoena Medeiros e Carla Osório, foram privilegiadas imagens e fotógrafos que fossem representativos dos diversos momentos de criação fotográfica do movimento fotoclubista capixaba, com destaque para os trabalhos de Pedro Fonseca, com imagens raras de Vitória realizadas entre as décadas de 40 e 50, e para o estilo de vanguarda dos fotógrafos Nilton Pimenta e Júlio Cesar Pagani, nos anos 70.

Entre os entusiastas da entidade criada nos anos 40, além de seu Magid, estavam Pedro Fonseca, Érico Hauschild, Dolores Bucher, Ugo Musso, Décio Lírio e Finn Knudsen, todos eles amadores. "Houve uma época em que o idealismo prevalecia. Foi na década de 1940. Surgiram diversas entidades culturais e artísticas. E surgiu o Foto Clube. A vida capixaba tomou novo fôlego. O pessoal todo tinha sua atividade profissional e entrava nessas organizações", lembra Magid, incluindo na lista ainda os clubes de poesia, dama, xadrez, criadores de canários, orquídea, também criados na época.

Atividades
Magid ainda guarda os catálogos dos salões capixabas de arte fotográfica ocorridos nos anos 70 em Vitória. Além dos fotógrafos amadores de todo o Brasil, também eram inscritos centenas de trabalhos de pessoas da Alemanha, Áustria, Luxemburgo, às vezes até mais que a participação nacional, além de em menor numero da Argentina, Estados Unidos, Filipinas e vários outros países europeus. Em 1975, por exemplo, foram recebidas mais de três mil inscrições, das quais cerca de 1.200 foram selecionadas pela comissão julgadora para participar da 25ª edição do salão.

Foto: Divulgação
Pedro Fonseca
Foram várias exposições na história. Um ano antes da criação o Foto Clube do Espírito Santo organizou na Capital a I Exposição de Arte Fotográfica de Amadores, em uma loja da Praça Oito, experiência que levou à fundação da entidade. Foram organizados ainda 26 famosos Salões Capixabas de Arte Fotográfica, sendo os primeiros de âmbito nacional, e os de 1948 a 1978 de cunho internacional, esses inclusive reconhecidos pela Federação Internacional de Arte Fotográfica (FIAP). O FCES foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Fotografia e Cinema, em 1950.

Também foi realizada pelos fotoclubistas capixabas a I Exposição de Arte Fotográfica da Cidade de Guarapari, em 1971, além de ministrarem cursos de iniciação ao tema. Em 1968, o grupo promoveu em Vitória a V Bienal de Arte Fotográfica Brasileira, com uma extensa programação que atraiu a participação e presença dos mais notáveis artistas da arte fotográfica brasileira.

"No Foto Clube, os participantes eram todos fotógrafos amadores. Eu nunca recebi um centavo com fotografia, mas teve gente que se tornou profissional. Foi evoluindo, e nós fazíamos exposições de grande valia. Era uma festa. Havia o prestígio do público, a contribuição das entidades financeiras. Nós tínhamos pontos estratégicos de Vitória. Vitória ia do Palácio Anchieta até a Avenida Capixaba. Ali era o centro nervoso da Capital, ali se discutia de tudo", relembra.

Entre as temáticas que aqueles amadores buscavam fotografar, Magid Saade conta que ia pela tendência de cada um. "Eu comecei com muita praia. Minha propensão era marinha. Tinha os que fotografavam pessoas e os que fotografavam natureza morta. Table top, que era a fotografia tirada em cima da mesa. Teve um tempo que tiravam fotografias de paisagem. Nós aprendemos muito de composição com os pintores: Rembrandt, Renoir, Taylor. Agora, a gente não admitia fotografia de pessoas com distorção".

A Vitória de então
Seu Magid é um senhor muito conversador, que gosta de falar de tudo um pouco. Foi bancário no Banco do Brasil e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) no curso de Ciências Contábeis. Fala com saudade do Parque Moscoso, conta histórias de fotografias tiradas por ele e outro colega de Augusto Ruschi, para ele "o menino Ruschi", fala do último terremoto da China e de suas vítimas, da qualidade dos equipamentos digitais japoneses e da baixa qualidade dos chineses.

Da Capital ele relembra. "No meu tempo as sete maravilhas de Vitória eram o Parque Moscoso, o Teatro Carlos Gomes, o conjunto Palácio Anchieta e as escadarias, o Saldanha da Gama, o Museu Monjardim e a Catedral. Mutilaram o Parque Moscoso, mutilaram a Catedral, estão pintando os prédios de Vitória de ocre, às vezes um ocre vivo, que é um absurdo dos absurdos", lamenta.

Foto: Divulgação
Júlio Cézar Pagani
Ele também ri de algumas histórias e explica com afinco a revelação feita nos laboratórios na época, falando de diafragma, efeito de luz, revelador, fixador, interruptor, e por aí vai. Tendo começado suas primeiras experiências com a fotografia em 1942, seu Magid garante que não é autodidata, já que fez muitas leituras e estudou para chegar ao que sabe hoje.

Bons tempos eram quando o FCES chegava a mais de uma centena de membros, situação bem diferente da atual. "Tivemos até mais de 100 membros, mas depois foi se definhando. Não há mais aquele espírito de idealismo hoje em dia. Todo mundo quer entrar no negócio para tomar vantagem. Hoje têm uns três ou quatro que vão lá uma vez ou outra. Tomara que alguém tome conta disso, porque... e se eu morrer?", deixa a pergunta no ar.

Digital
Magid Saade conta que já chegou até a ter um laboratório de revelação em sua própria casa. O laboratório que ainda hoje o Foto Clube tem, ele acredita ter sido ele o último a usar, há cerca de um ano e meio, mas reclama que hoje já não se encontra mais material em Vitória.

Ele critica os trabalhos que tem visto em Vitória nessa era digital. "Entrou a digital. O digital é a fotografia do momento. Eu não tenho gostado do serviço de Vitória. Hoje a maioria das pessoas tem uma máquina por ter, para uma festa. Não tem o processamento", diz.

Para aderir à maquina digital, seu Magid está esperando os equipamentos se adequarem à qualidade que ele conseguia com os equipamentos tradicionais. "A digital ainda não chegou ao ponto que eu cheguei no preto e branco. Para eu chegar nisso eu tenho que gastar mais de R$ 20 mil, mas eles estão se adequando. O poder de definição eu tenho mais na máquina tradicional do que na digital, mas eu acredito que em pouco tempo eles vão se adequar. Eu quero dominar a máquina, não quero que a máquina me domine. Isto está se acelerando de um maneira que é infinito. Pena eu estar nos meus 88 anos, que eu não possa entrar mais tanto nessa era digital".

Ele inclusive diz que já chegou a dar uma olhada. "Eu não tenho ainda a digital. Eu quero comprar. Eu fui a uma loja e vi uma de R$ 1.950, 'made in Singapura'. Deus me livre! Eu não quero isso nem de graça", se diverte.

Apesar de ter perdido suas forças por volta de 1980, a sede do Foto Clube do Espírito Santo ainda funciona, o laboratório para preto e branco é mantido e o arquivo das fotografias dos sócios está em boas condições. O FCES fica na Avenida Governador Bley, 186 - 9º andar, no Centro de Vitória.

Serviço
O projeto Vitória Foto abre nesta terça-feira (20) a exposição Foto Clube do Espírito Santo, a partir das 19h, no Espaço de Arte do Bandes, Centro de Vitória. A visitação será de 21 de maio a 15 de junho.

FONTE: www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/maio/19/index.asp

ENTREVISTA MAGID SAAD - FOTO CLUBE DO ES

'Eu me considero um fotógrafo amador aprofundado'

O último romântico das lentes



Cristina Moura

("A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registo da realidade e um auto-retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira". Gérard Castello Lopes)

Foto: Ricardo Medeiros


Durante este mês, Vitória está sendo palco de uma das propostas inovadoras para a divulgação do trabalho fotográfico. O Vitória Foto já conta com seis exposições simultâneas e oficinas gratuitas. O evento pretende destacar a tradição do Estado na área e relembrar a fundação do Foto Clube do Espírito Santo, em 1946.

Como parte da programação do Vitória Foto, neste dia 20, a partir das 19h, no Espaço de Arte do Bandes, Centro de Vitória, estará aberta a exposição Foto Clube do Espírito Santo. A visitação será de 21 de maio a 15 de junho.

A exposição, além de celebrar 62 anos do Foto Clube, revelará ao público 48 imagens raras, produzidas por fotógrafos que fizeram parte desse movimento. Na entrevista deste final de semana, temos um legítimo representante dessa época. Talvez o mais velho entre os vivos. Magid Saad completará, em julho, 88 anos de vida e muitos dedicados à sua paixão pela fotografia.

A loja de equipamentos e materiais fotográficos Empório Capixaba era o cenário de muitos dos fotoclubistas, amigos e contemporâneos de Saad. Dentre eles, Pedro Fonseca, Érico Hauschild, Dolores Bucher, Ugo Musso, Décio Lírio e Finn Knudsen.

Foto: Ricardo Medeiros


Os apaixonados pela fotografia organizaram a "I Exposição de Arte Fotográfica de Amadores", inaugurada em 25 de dezembro de 1945, em uma loja da Praça Oito, Centro de Vitória. Foi daí que nasceu o Foto Clube. E, com a entidade, vários outros eventos provaram a credibilidade dos participantes. Sobre o Foto Clube e muitas outras experiências com a arte de fotografar falou Magid ao Século Diário, com o seu tom humorístico peculiar. Confira.


Século Diário: - O senhor nasceu em Vitória...

Magid Saade: - Vou completar 88 anos de idade. Nasci no dia 13 de julho de 1920. Sou descendente de libaneses. Nunca saí de Vitória. Fiz curso primário e ginásio em Vitória. Fiz Academia de Comércio. Sou contador. Na década de 1940 fiz concurso para o Banco do Brasil. Só me afastei 30 anos depois.

- Qual a sua função lá?

- Galguei diversos postos. Fui investigador de cadastro, chefe de sessão, vários serviços... Me aposentei na modalidade de comissões. Na carreira, cheguei à ultima 'letra', ou seja, categoria. A última era uma espécie de cargo de confiança do presidente do banco. Era 'extra-carreira'.

- E depois do banco, o senhor trabalhou em quê?

- Ainda no banco fui convidado para ser professor de Auditoria e Análise de Balanço no curso de Ciências Contábeis. Trabalhei 18 anos fazendo isso dentro do banco. Fui professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) vinte horas. Vinte horas! Não quis tempo integral, não. Na década de 40 pratiquei bastante esporte... atletismo, voleibol...

- Em qual clube?

- Entrei para o Saldanha da Gama. Fui remador do Saldanha da Gama. Fui diretor, fui secretário geral... Neste ínterim, trabalhei na Federação Desportista Espírito-santense. Fui assistente técnico de remo. Assumi, provisoriamente, a técnica de futebol quando Genílio Ramos adoeceu. Depois, o basquetebol, aqui em Vitória, estava paralisado. Eu fui designado assistente técnico de basquetebol para reerguer o esporte. Graças a Deus, consegui e ele está até hoje. Na Federação, fui secretário de Contas, secretário de Justiça, além de assistente de remo e secretário geral. A Federação era eclética. Agora está dividida. Agora tem departamento de voleibol, futebol, basquetebol...

Foto: Ricardo Medeiros


- Quando o senhor começou a se interessar por fotografia?

- Em 1945, ingressei no ramo da fotografia. Fazia as fotos e o Empório Capixaba revelava. Era a casa especializada no serviço. Eles resolveram trazer o Jamil Merjane do Rio de Janeiro para estruturar o Empório. Depois, Jamil se especializou como fotógrafo profissional. Nessa época, fomos nos comunicando com fotógrafos amadores. Era tudo amador! Foi sugerido pelo grupo realizar uma exposição de fotografia. Fizemos uma exposição em novembro de 1945 na Praça Oito. A Praça Oito era o Centro de Vitória. Tudo acontecia na Praça Oito. Era política, esporte, acordo, negociatas, tudo! (risos)

- Qual era o tema?

- Livre. Pensamos em fazer um Foto Clube para trocar idéias. A gente trocando idéias adquire novos conhecimentos. Então, foi fundado o Foto Clube, no dia 23 de maio de 1946. O Foto Clube reunia pessoas de toda as classes sociais interessadas por fotografia. Fui uma época em que houve um 'boom' de fotoclubismo em todo o mundo. Um 'boom' também de associações literárias e congêneres, associações culturais de diversas formas. Na época apareceu em Vitória também o Clube Filatélico Numismático, clubes afins... criadores de canário... (risos) enfim... Houve um 'boom' mesmo. Academia Espírito-santense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo... Eu comecei a me dedicar à fotografia quando o Renato Pacheco falou com o doutor Roberto Rodrigues e o doutor Danilo Rebouças, que era uma elemento proeminente, para que fizéssemos um curso de fotografia porque eles fizeram uma 'universidade do povo'. Então, foi feito o curso. No dia que eles não podiam ir eu assumia, dava aula no lugar. Aos pouquinhos, fui me entrosando com a fotografia. Comecei a dar cursos e sucessivos cursos. E aí eu tinha que estudar. Não posso dizer que sou autodidata porque eu assisti às aulas do professor Roberto. Depois, no Foto Clube, tivemos a participação de Quincas e Hugo Musso. Musso trabalhava no Empório, mas não era fotógrafo profissional. Aprendi muito com Quincas e com Hugo também. Comecei a estudar muito. Comprei livros, revistas... Às vezes, o aluno fazia uma pergunta e eu não sabia responder de pronto. Dizia 'na próxima aula eu respondo.' Aí, eu ia investigar o assunto. A mesma coisa eu fazia com as aulas de Auditoria e Balanço. Eu dizia 'vou ler e depois eu dou uma resposta.' Eu não sou uma enciclopédia humana... Então, o Foto Clube cresceu assustadoramente.

Foto: Ricardo Medeiros


- A adesão foi considerável...

- Começou de 1946 e terminou em 1970, quando também começou o declínio das entidades culturais artísticas. O pessoal mais antigo ou se transferia de Vitória ou morria. Posso dizer que sou o último. (risos). Por incrível que pareça, uma das fundadoras do Foto Clube, Dolores Bucker, que é neta de Albert Richard Dietze, primeiro fotógrafo que apareceu em Vitória. Ele veio lá de Santa Leopoldina. Ele foi fotógrafo do imperador! Há pouco tempo, foi descoberta uma caixa de fotografias dele em Santa Leopoldina. Eu me considerei um fotógrafo amador aprofundado. Entendeu? Eu tinha mais conhecimento que os demais. E alguns profissionais me consultavam. Sempre fui amador em fotografia. Jamais recebi um centavo por qualquer trabalho meu de fotografia. Nunca...


- ...nunca foi contratado?

- Fui procurado, sim, mas indicava um profissional. Aliás, fui essencialmente amador, de acordo com o postulado do Foto Clube. 'O Foto Clube do Espírito Santo é uma entidade juridicamente organizada, de direito privado, que tem por fim incentivar e propagar a arte fotográfica em seus aspectos e modalidades'. Artigo primeiro do estatuto. O Foto Clube do Espírito Santo é essencialmente amadorístico. Não recebe qualquer vantagem para aplicar. Para os cursos cobrávamos uma taxa para as despesas com material e mais nada. O grupo não tinha lucro nenhum.

- Chegou a reunir quantas pessoas?

- Ah, já chegou a cem pessoas. Fizemos inúmeros salões regionais, depois nacionais, e foi reconhecido pela Federação Internacional de Arte Fotográfica, que reunia todo tipo de material fotográfico do mundo. Nesse intercâmbio, junto com os Foto Clubes do Brasil e com a Federação Internacional, estivemos ligados à fotografia de cinema, e entramos em contato com todo mundo. Hugo e Quincas, então, começaram a ser profissionais. Depois, Sagrilo, profissional. Fonseca, um dos fundadores do Foto Clube, se tornou profissional. A gente fazia muita coisa. Mandaram para nós um filme diapositivo colorido. Mandaram 35 poses para fazer teste. Deviam ter mandado com 36. Tirei as fotografias. Tirava fotografia, um ponto a mais, um ponto a menos. E consegui fazer uma série. Isso foi para a Alemanha. Ficou bastante conhecido. Acho até que ficaram com excesso ou superexposição. Quando fui ao Rio, encontrei um alemão que criticou o trabalho. Disse que tinha condições de tirar uma fotografia exata, mas o amador não. O amador não, o amador erra. O alemão coçou a cabeça... (risos). Esse negócio de colorido é engraçado. Na Inglaterra foi um sucesso. Na França foi um fracasso. Nosso clima é tropical. O clima europeu é mais ameno. Há variações, sim, na fotografia. A gente observava que, ao revelar 100 ASA, a fotografia ficava um pouquinho diferente. Em preto e branco não aparece a diferença. Em colorido aparece. Com a parte química, as tecnologias foram se desenvolvendo. Quando estava experimentando, fechava um ponto no diafragma. Se tem um 21, tem 100 ASA. Se tem 22, um ponto, 125 ASA. Se você tiver essa correlação da máquina, pode saber tanto da velocidade quanto da abertura do diafragma. Eu sempre gostei de dominar a máquina. Quando me davam uma automática eu não queria. Com a manual, eu podia controlar efeito de luz.

Foto: Reprodução

A Vitória do passado foi registrada pela lentes de Magid Saade
- Como o senhor começou a lidar com novas tecnologias na fotografia? Como o senhor avalia essa nova realidade?

- Em 1996, tive um câncer no intestino e fui obrigado a me afastar da fotografia. As pessoas acharam que eu fosse morrer, mas vaso ruim não quebra... (risos). Nesse ínterim que eu estava descansando, surgiram as máquinas digitais para atender a sociedade de consumo. Eles não estavam dizendo o que era. Estavam querendo vender. Durante o lançamento, a primeira máquina custava doze mil dólares. Depois barateou. Eu queria entrar na digital. Fui numa casa comercial. Havia máquinas nas vitrines todas. Pedi 'me veja a melhor máquina que você tem, que tenha prospecto'. Ele disse 'nenhuma dessas tem prospecto.' Então... eles estavam enganando com aquilo. A fotografia digital é a fotografia do momento e do futuro. Ninguém pode contestar isso, não. Fui começando o 'bê-a-bá' porque me interessa a digital. Eu não comprei porque, se comprar uma digital para chegar no estágio que eu cheguei, ia gastar mais de vinte mil reais. Não tenho nenhum filho, nenhuma neta que esteja se dedicando.. por isso, não comprei. Aqui em Vitória quem está dominando mais a fotografia digital é o Sagrilo. Ele está acompanhando o universo da fotografia digital. Muitos em Vitória estão fazendo um trabalho de 'carregação'. Quer dizer, para a fotografia ficar boa, a pessoa tem que 'namorar' e gratificar. Fico admirado que, aqui em Vitória, não vejo um livro bem impresso. Se entrar uma fotografia dessa aqui (mostra uma das suas fotografias), não vão aparecer esses detalhes. As fotografias de jornais impressos, como A Gazeta, A Tribuna e outras por aí... saem até boas, mas a maioria não. A maioria peca.

- Qual a sua definição de fotografia?

- A fotografia é uma arte. Ninguém pode contestar isso, não, apesar de alguns quererem considerar como arte gráfica. Se você não tiver o olho dedicado ao assunto, não fizer leitura do assunto, não dá. Tem que ter sensibilidade artística. Ganhei um prêmio com uma fotografia tirada aqui dentro de casa. Tirei de uma flor. Há uma diferença entre amadorismo e profissionalismo. O profissional tem obrigação de cumprir, de atender o seu cliente. A pessoa que não está no seu 'bom dia' vai tirar fotografia e tem que fazer o trabalho dele. O amador não. Ele vai se quiser. Uma vez me deu cócegas no meu dedinho (risos) e fui para Jacaraípe. Comecei a tirar fotos da areia. Tenho um ensaio da areia, daqueles desenhos. Tem uma parte lá com aquela areia preta com aquelas nervuras... Simplesmente me deu vontade de apertar o botão. (risos) Deu vontade, subi o morro... Hoje não tenho mais condição de subir em morro. Em primeiro lugar, não tem segurança. E se aparecer alguém para roubar a máquina? (risos)

Fonte: www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/maio/17_18/entrevista/entrevista/17_05_01.asp

Comer com os olhos

-----------------------------------------
por Felicia Borges




Fotos: André Alves/Divulgação


O restaurante não é muito convencional, muito menos o chef que o comanda. Artista, poeta e famoso mestre da culinária, o macedônio Vicente Bojovski tem uma história muito peculiar com a gastronomia e todo o ambiente que o cerca em seu restaurante, o Guaramare, a beira de uma estrada em Guarapari. É ele o personagem da exposição Guaramare: No Mundo de Vicente Bojovski, do fotógrafo capixaba André Alves, que vai ser aberta nesta terça-feira (13), no projeto Vitória Foto.

O Guaramare reúne um conjunto de sensações e histórias, em que cada detalhe tem a mão de seu dono. É uma sucessão de experiências transformadas por seu criador em detalhes de arquitetura, decoração e culinária. As fotos para a exposição mostram justamente estes detalhes e foram selecionadas a partir do livro que também vai ser lançado na abertura da mostra. A obra bilíngüe, em 120 páginas, traz cerca de 120 fotos, um texto do Vicente contando a história do restaurante e algumas receitas que o chef serve a seus clientes.

O contato de André com o local começou ainda em 2004, para fazer o livro. Neste tempo, o fotógrafo fez uma vasta documentação fotográfica do local, que chega a cerca de cinco mil fotos. "Foi uma história de amizade. Eu sou amigo do Cristopher [editor do livro]. Ele inventou este projeto de fazer um livro sobre o restaurante e eu entrei. Eu fui lá muitas vezes, eu acompanhei o cotidiano do restaurante", conta.

Na primeira exposição que o fotógrafo faz dessas imagens, ele selecionou as mais representativas para mostrar o mundo de seu personagem. O trabalho inclui imagens de todo o processo produtivo do restaurante, que vai desde a aquisição da matéria-prima, passando pela preparação dos pratos, até a relação de Vicente Bojovski com seus clientes. Também mostra a bela e inusitada arquitetura do Guaramare, assim como as pinturas presentes nas paredes, ambas idealizadas e realizadas pelo próprio proprietário, e, é claro, as obras de arte servidas em pratos que dão água na boca.




Sem jamais ter feito sequer um curso que lhe ensinasse a arte culinária, Bojovski saiu do vilarejo em que vivia em sua cidade natal ainda jovem, passou por Paris, onde viveu por 15 anos, e em 1982 esteve no Brasil pela primeira vez. Quatro anos depois abriu o Guaramare, no centro de Guarapari, no litoral sul do Estado, e há 14 anos funciona no atual endereço, em Nova Guarapari.

"Não é um livro de um restaurante. É quase uma etnografia, um livro antropológico, que conta a história do restaurante, da relação do Vicente com os clientes. Ele se ramifica. Ele é pintor, ele que fez a arquitetura, ajudou a construir o restaurante. Ele escreve também. Eu tentei pegar essas várias facetas. É como um personagem", conta André Alves.

A relação do chef com os clientes, aliás, faz parte do ritual do Guaramare, que tem uma arquitetura toda particular, em uma casa rústica, construída à beira da lagoa, com madeiras nobres e material de demolição. Mais do que uma simples refeição, a cerimônia começa com as boas-vindas do proprietário, que, quase sempre, senta-se com os clientes para contar suas aventuras pelo mundo, muitas vezes acompanhado de um vinho. Depois, segue com a chegada da bandeja de camarões, lagostas e peixes fresquíssimos, em que se escolhe qual deles será preparado e de que maneira, ou o próprio chef escolhe para os clientes.

Ao todo, 25 fotografias 40x60 cm e de 4 fotografias de 40x100 cm compõem a exposição Guaramare: No Mundo de Vicente Bojovski. Ainda durante a exposição será exibida uma projeção multimídia com as imagens publicadas no livro e uma trilha sonora. Imagens para os amantes da fotografia e para os amantes da gastronomia.

fonte: www.seculodiario.com.br/arquivo/2008/maio/12/cadernoatracoes/cultura/01.asp

18 maio 2008

CONFOTO - www.confoto.art.br/noticia_198.php

NOTÍCIA


A capital do Estado será palco durante todo o mês de maio, do Vitória Foto, uma proposta de fomento e divulgação da fotografia no Espírito Santo. Com seis exposições simultâneas e oficinas gratuitas, o evento vai reunir grandes nomes da fotografia, com o objetivo de registrar e divulgar as potencialidades regionais.
O público terá acesso a trabalhos de renomados profissionais, como o carioca Walter Firmo e o fotógrafo capixaba Rogério Medeiros, além de oficina oferecida pela ONG Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, voltada para a formação de fotógrafos na periferia.
O circuito fotográfico programado pelo Vitória Foto pretende destacar a tradição do Estado na área, cuja efervescência vem se consolidando desde a fundação do Foto Clube do Espírito Santo, em 1946. Tradição que se repete também na realização de oficinas fotográficas, espaços privilegiados para troca de experiências.
A primeira exposição programada pelo Vitória Foto será Abstrato Extrato, de Walter Firmo (RJ), com abertura no dia 8 de maio, às 20 horas, na Galeria Homero Massena, e visitação entre os dias 9 e 6 de junho. Considerado um dos maiores fotógrafos coloristas em exercício no Brasil, Walter Firmo, ministrará ainda o curso Criatividade na Cor, entre os dias 6 e 9 de maio, no Studio Base 40, em Fradinhos.
O resultado da oficina de Walter Firmo será exibido em projeção fotográfica aberta ao público, na Praça de Fradinhos, no sábado, dia 10 de junho às 19 horas.
No dia 13 de maio, será a vez da inauguração da exposição Guaramare: no mundo de Vicente Bojovski, do fotógrafo André Alves (ES), às 19 horas. A exposição ficará aberta ao público do dia 14 até 30 de maio, no Studio Base 40.
Já no dia 15 de maio será a vez de Rogério Medeiros (ES) abrir sua exposição Espírito Santo em Preto e Branco, também às 19 horas, na Galeria Francisco Schwartz, na Assembléia Legislativa. As fotografias ficarão expostas para visitação até 15 de junho.
Os fotógrafos do Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, trazem ao Estado a exposição A Favela vê a Favela, que será aberta do dia 17 de maio, a partir das 15 horas, no Píer Ilha das Caieiras, podendo ser visitada até o dia 1° de junho.
Juntamente com a abertura da exposição coletiva dos fotógrafos do Observatório de Favelas será apresentada uma projeção fotográfica com o resultado da oficina realizada por eles na Ilha das Caieiras. A oficina de formação fotográfica acontece de 13 a 17 de maio, no Centro Cultural Caieiras, voltada para jovens da periferia e professores da rede pública de ensino.
No dia 20 de maio, às 19 horas, o Vitória Foto abre a exposição comemorativa dos 62 anos do Foto Clube do Espírito Santo, que ficará no Espaço de Artes do Bandes, até o dia 15 de junho.
A programação encerra com a abertura da exposição fotográfica Mulheres de Tucum, de Edson Chagas (ES). A mostra será inaugurada em 30 de maio, às 20 horas, na Aliança Francesa, com visitação até o dia 15 de junho.
A programação do Vitória Foto chega para resgatar a fotografia no Espírito Santo, no intuito de introduzir o evento entre para o calendário cultural capixaba, se firmando como uma alternativa para profissionais e amantes da fotografia.

Fonte:

TV Gazeta

A região de São Pedro sob o olhar de crianças e adolescentes de Vitória
17/05/2008 - 17:58:18 - TV Gazeta


A favela com outros olhos. Adolescentes de São Pedro, em Vitória, participaram de uma oficina de fotografia e registraram o que mais gostam na região onde moram. O trabalho foi coordenado por um fotógrafo do Observatório Núcleo Imagem do Povo, que fica no Complexo da Maré, Rio de Janeiro. A garotada fez centenas de fotos.

Assista ao Vídeo


LINK:
http://gazetaonline.globo.com/tvgazeta/programas/estv/estv_materia.php?cd_matia=437470&cd_site=814

Folha Vitória

17/05/2008 às 18h02

Exposição mostra o Espírito Santo em Preto e Branco

Fotos:Divulg./Rogério Medeiros

Utilizando representantes dos mais diversos grupos étnicos presentes no Estado, o jornalista Rogério Medeiros expõe fotos que expressam exatamente o mundo como ele vê: em preto e branco. A exposição acontece a partir das 19 horas na Galeria Francisco Schwartz , na Assembléia Legislativa, e fica até o dia 15 de junho.

Em 40 fotografias, Rogério Medeiros pretende destacar os negros e descendentes europeus no painel racial brasileiro, a partir do Espírito Santo, que é considerado uma síntese do Brasil. Captadas em diferentes tempos, as fotos fazem parte do resultado de habituais e constantes peregrinações do fotógrafo pelos municípios capixabas.

Na entrevista abaixo, o jornalista conta como surgiu a iniciativa de divulgar a cultura capixaba por meio de exposições e livros e seus planos para o futuro.

- Como você começou a se interessar pela cultura capixaba?
Já nasci na cultura do Espírito Santo, com Hermógenes Lima Fonseca, no Folclore; Augusto Ruschi, no Meio Ambiente, no meio dos índios, e junto às etnias que vieram para cá. Essa sempre foi minha área de trabalho. Escrevendo e fotografando.

- Quais são seus objetivos ao estudar e divulgar aspectos culturais do Estado?
É uma visão jornalística, porque escrevo como jornalista e fotógrafo. Embora tenha trabalhado muito em jornais de fora, principalmente no Jornal do Brasil e Estado de São Paulo, o meu universo profissional sempre foi o Espírito Santo. Rodei o Estado inteiro e continuo rodando, porque tenho convicção de é que um dos povos mais bonitos desse País. Há aqui a síntese brasileira, principalmente do ponto de vista racial. Meus olhos sempre tiveram voltados para o elemento humano, que formou esse biótipo capixaba. Então meu objetivo sempre foi mostrar o Espírito Santo.



- Qual a importância de realizar trabalhos como essa exposição?
Eu não tenho hábito de expor em Vitória. Costumo expor nos locais onde fotografo. A mais recente delas foi no Porto de São Mateus, no norte do Estado, sobre os negros. Mas a “Espírito Santo em Preto e Branco” atende a um importante movimento da fotografia capixaba, que resulta nesse projeto Vitória Foto, que eu acho que deve ficar, pois a fotografia do Estado não perde para nenhum outro grande centro do País. E essa importância é mostrada em encontros dessa natureza, quando há confronto, no bom sentido, entre a fotografia daqui e a de outros estados.

- Como surgiu seu interesse pela publicação de livros?
O trabalho jornalístico também proporciona a você fazer um pouco de história, através de texto e fotografias. Daí surgiram os livros Maldição Ecológica, Ruschi, o Agitador Ecológico, e o Encontro das Raças.

- Você está desenvolvendo algum novo projeto?
Estou preparando um livro de índios e quilombolas e pretendo fazer a próxima exposição na aldeia dos índios Tupinikim, em Aracruz.

- Por que você utiliza a fotografia em Preto e Branco para retratar o Espírito Santo?
Porque enxergo o mundo em preto e branco.

- Você acredita que aspectos da cultura capixaba podem se perder com o tempo? Na medida em que entra a monocultura do eucalipto na vida de índios e quilombolas perde-se grande parte da cultura popular. Aí não tem mais o que fotografar, desapareceu. Essa é a trágica realidade do Espírito Santo. Em Conceição da Barra, no passado, existiam 180 grupos de Reis de Bois, hoje não tem nem 30. Os exemplos provam que a cultura se perde, com certeza.


Fonte:

www.folhavitoria.com.br/site/?target=noticia&cid=4&ch=7be802ebcf60ffa13ead4f5bc904ecc7&nid=43983

TV Gazeta

Exposição com fotos que dão água na boca
13/05/2008 - 14:45:31 - TV Gazeta


Uma exposição de dar água na boca. Lagostas, peixes, camarões, e toda a arte da cozinha de Vicente Bojovski estão na mostra do fotógrafo André Alves. As fotos fazem parte de um livro, que será lançado nesta terça-feira (13) na abertura da exposição.

A exposição faz parte do projeto Vitória Foto. O livro custa R$ 50,00, mas para ver as fotos não custa nada. A mostra está no estúdio base 40, no bairro Fradinhos, em Vitória até o próximo dia 30.

Assista ao Vídeo

LINK :

http://gazetaonline.globo.com/tvgazeta/programas/estv/estv_materia.php?cd_matia=435887&cd_site=814

16 maio 2008

A Favela vê a Favela - Observatório de Favelas (RJ)

As imagens de favelas cariocas selecionadas para a exposição A favela vê a favela permitem uma insuspeita conexão entre os domínios da física e da filosofia. Em um primeiro momento, o olho do fotógrafo seleciona os reflexos enquadrados no visor e num clique a luz fica gravada na emulsão das películas ou nos sensores das câmeras digitais.

Tempos depois, outros olhares irão se debruçar por sobre essas fotografias e serão convidados a pensar. Estabelece-se, então, um tempo para a reflexão. Um tempo para perceber que a vida das favelas fotografadas pulsa, em toda sua plenitude, naqueles jovens corações. Uma vida alegre, pensativa e sonhadora, bem distinta daquela visão sombria com que a favela normalmente é exibida nas páginas da grande mídia.

O sensacionalismo, a violência e o medo que caracterizam o modo como habitualmente a grande mídia mostra tais comunidades, além de minimizarem as possibilidades de cidadania para as crianças que lá nascem, não dão conta da riqueza que é a experiência de vida nesses locais. Cabe, portanto, enfatizar o lazer, o estudo, os jogos e os sonhos dessa infância. Cabe registrar a incrível capacidade de resistência demonstrada cotidianamente pelos habitantes desses espaços populares, em sua incansável busca por solidariedade e dignidade. Cabe, enfim, aprender com eles.

As imagens que compõem a presente mostra foram produzidas pelos fotógrafos do Imagens do Povo, um centro de formação e documentação visual localizado no Complexo da Maré, Rio de Janeiro, onde vivem cerca de 130 mil pessoas, distribuídas por 16 comunidades populares.

Criado em 2004, como parte do projeto sócio-pedagógico do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, o Imagens do Povo objetiva democratizar o acesso à linguagem fotográfica como técnica de expressão e visão ideológica de mundo, contribuindo para a ampliação de um olhar humanista sobre a sociedade como um todo e, em especial, um olhar internalizado e não estereotipado das favelas sobre si mesmas.

Coordenado pelos fotógrafos João Roberto Ripper e Dante Gastaldoni, os principais eixos do projeto são: a Escola de Fotógrafos Populares, o Banco de Imagens e a Agência de Fotografia Imagens do Povo. O intuito é colocar a fotografia a serviço dos direitos humanos, através do registro da realidade vivida nas periferias e favelas do Brasil e da constituição de um acervo de imagens sobre os diferentes grupos e movimentos populares do país.

Escola de Fotógrafos Populares Imagens do Povo

O papel da Escola é formar jovens no ofício da fotografia, articular seu ingresso no mercado de trabalho, desenvolver um trabalho de registro dos espaços populares, especialmente, no Rio de Janeiro, e, por fim, difundir outras possibilidades de percepção desses locais e de seus moradores. O objetivo do curso é o de resgatar a história das comunidades populares e dos processos vividos cotidianamente pelos moradores de diferentes comunidades. Em especial, oferecer um instrumento de renda para um conjunto de jovens oriundos de favelas cariocas, além de estimular a afirmação de sua identidade positiva.

Agência Imagens do Povo e Banco Virtual de Imagens

O material resultante do trabalho das turmas da Escola de Fotógrafos Populares foi incorporado ao Banco Virtual Imagens do Povo, disponível no site: http://www.imagensdopovo.org.br/, inaugurado em maio de 2005, que além do material produzido pelos alunos, possui também imagens dos fotógrafos João Roberto Ripper e Ricardo Funari, além de outros fotógrafos que comungam com a idéia do projeto.

Os fotógrafos que participam do projeto cedem seus direitos e concordam com a doação ilimitada de fotografias às organizações sociais que não disponham de recursos para o pagamento de direito autoral. O critério de avaliação dos beneficiados é de responsabilidade do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro.

Outro componente do Imagens do Povo é a Agência de Fotografia, que assim como o Banco, é mais uma forma de geração de renda, já que as instituições podem contratar os fotógrafos para realizarem os registros solicitados. De acordo com nossa política, este registro pode ser remunerado ou não, dependendo da instituição, assim como também o valor pode variar de acordo com o convênio estabelecido.

Imagens do Povo, um projeto que Faz Diferença



A Escola de Fotógrafos Populares do projeto Imagens do Povo, do Observatório de Favelas, ganhou o Prêmio Faz Diferença, de O Globo 2007, na categoria Revista do jornal. Jornalistas de cada uma das editorias indicaram os finalistas de cada categoria, e depois foram escolhidos os mais votados via internet. A premiação aconteceu em 11 de março de 2008, no Copacabana Palace.

“Este prêmio é uma forma de mostrar que as possibilidades são iguais quando existem condições iguais”, é a opinião de Davi Marcos, formado pela primeira turma da Escola de Fotógrafos. Ele disse ainda que foi importante a inserção deles em um local onde normalmente as pessoas oriundas de espaços populares desempenham um papel de coadjuvantes. “Desta vez tivemos não só o nosso trabalho apreciado e reconhecido, mas também homenageado”, afirmou.
fotos: F. Rodrigues (primeira); Ratão Diniz

Serviço:

A Favela vê a favela

Abertura: 17 de maio
Horário: a partir das 15 horas
Onde: no Píer da Ilha das Caieiras, Rua Felicidade Correia dos Santos s/n – Ilha das Caieiras, Vitória
Visitação: até 1 de junho

15 maio 2008

Exposições fotográficas destacam tradição do Estado

30/04/2008 às 17h05

Te Contei!


Foto: Divulgação /Edson Chagas

Durante todo o mês de maio, a capital do Estado receberá o Vitória Foto, que propõe fomentar e divulgar a fotografia no Espírito Santo. Em seis exposições e oficinas gratuitas, grandes nomes da fotografia vão registrar e divulgar as potencialidades regionais. O objetivo é fazer com que o evento entre para o calendário cultural capixaba, firmando-se como uma alternativa para profissionais e amantes da fotografia.

O público terá acesso a trabalhos de renomados profissionais, como o carioca Walter Firmo e o fotógrafo capixaba Rogério Medeiros, além de oficina oferecida pela ONG Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, voltada para a formação de fotógrafos na periferia.

A primeira exposição programada pelo Vitória Foto será Abstrato Extrato, de Walter Firmo, com abertura no dia 8, às 20h, na Galeria Homero Massena. A exposição fica aberta para visitação até o dia 6 de junho. Walter Firmo, ministrará ainda o curso Criatividade na Cor, entre os dias 6 e 9 de maio, no Studio Base 40, em Fradinhos. Como resultado da oficina haverá uma exibição em projeção fotográfica aberta ao público, na Praça de Fradinhos, no sábado, 10, às 19h.

No dia 13 de maio, será a vez da inauguração da exposição Guaramare: no mundo de Vicente Bojovski, do fotógrafo André Alves, às 19h. A exposição ficará aberta ao público até o dia 30, no Studio Base 40.

Já no dia 15 de maio, será a vez de Rogério Medeiros abrir sua exposição Espírito Santo em Preto e Branco, às 19h, na Galeria Francisco Schwartz, na Assembléia Legislativa. As fotografias ficarão expostas para visitação até 15 de junho.

Os fotógrafos do Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, trazem ao Estado a exposição A Favela vê a Favela, que será aberta do dia 17, a partir das 15h, no Píer Ilha das Caieiras, podendo ser visitada até o dia 1º de junho. Juntamente com a abertura da exposição, será apresentada uma projeção fotográfica com o resultado da oficina realizada por eles na Ilha das Caieiras. Ela acontecerá entre os dias 13 e 17, no Centro Cultural Caieiras, e é voltada para jovens da periferia e professores da rede pública de ensino.

No dia 20, às 19h, o Vitória Foto abre a exposição comemorativa dos 62 anos do Foto Clube do Espírito Santo, que ficará no Espaço de Artes do Bandes, até o dia 15 de junho.

A programação encerra com a abertura da exposição fotográfica Mulheres de Tucum, de Edson Chagas. A mostra será inaugurada no dia 30, às 20h, na Aliança Francesa, com visitação até o dia 15 de junho.

Serviço:

Abstrato Extrato- Abertura no dia 8 de maio, às 20 h, na Galeria Homero Massena - Rua Pedro Palácios, 99, Cidade Alta, Vitória. Visitação até o dia 6 de junho.

Guaramare: no mundo de Vicente Bojovski- Abertura no dia 13 de maio, às 19 h, no Studio Base 40 - Av. Maruípe, 40, Fradinhos. Visitação até 30 de maio.

Espírito Santo em Preto e Branco- Abertura dia 15 de maio, às 19 h, na Galeria Francisco Schwartz, na Assembléia Legislativa - Av. Américo Buaiz, 205, Enseada do Suá. Visitação até 15 de junho.

A Favela vê a favela- Abertura no dia 17 de maio, às 15 h, no Píer da Ilha das Caieiras. Rua Felicidade Correia dos Santos s/n – Ilha das Caieiras, Vitória. Visitação até 1 de junho.

Foto Clube no Espírito Santo- Abertura dia 20 de maio, às 19 h, no Espaço de Arte do Bandes -Av. Princesa Isabel, 54, Centro, Vitória. Visitação até 15 de junho.

Mulheres de Tucum- Abertura dia 30 de maio, às 20h, na Aliança Francesa - Rua Alaor Queiroz de Araújo, 200, Enseada do Suá, Vitória. Visitação de 2 a 15 de junho
Fonte: